terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Olha pra frente e vai...


No primeiro final de semana do ano meu pai tirou as rodinhas da bicicleta do Arthur, meu sobrinho-rei mais lindo e amado do universo. Só uma grande novidade faria meu reizinho sair da frente da TV ou esquecer suas criativas fantasias de super heróis. Começou a temporada de lançar desafios. Foram "s" do Senna, "8" e circuitos malucos. Muito engraçado e maravilhoso de ver. Mas eu, como tia vaidosa e exibida que sou, queria um momento único, só meu, em que pudesse ensinar uma coisa inédita pra ele, um desafio que ele pudesse lembrar pra sempre, mesmo que só se lembre se eu o lembrá-lo da história. Assim o fiz: domingo, depois do almoço, descemos do apartamento em direção ao estacionamento, brincamos com as manobras já executadas com desenvolturas e lancei o novo desafio: descer a rampa dos carros!!! Ele ficou desconfiado, disse que não daria conta, que era coisa "de menino de oito anos", que tinha medo. Comecei a encorajá-lo, sem saber se ele daria conta mesmo, porque quando vi achei realmente que a rampa era alta demais. Não desisti. Falei que estaria junto com ele, que seguraria a bicicleta até ele se sentir seguro. Disse: "vamos começar baixinho, do início da rampa, conforme você conseguir a gente sobe mais". Quinze minutos depois, ele já vinha lá do alto dizendo: "tia, radical demais, fera demais" e sua gargalhada ecoava pelo condomínio. Seu rostinho suado do esforço de subir e descer a rampa e seu sorriso reluzente era um prêmio pra mim. Percebi que quem aprendeu fui eu. Pensei que não existe desafio impossível se somos estimulados, mesmo que esse estímulo seja nosso próprio desejo, que a felicidade é melhor que a alegria, porque faz a gente viver e ainda ser expectador do momento, sem a euforia para não perder nenhum detalhe. Percebi que existe momentos únicos, tão representativos e, mais importante, que eles não precisam ser poucos, desde que a gente queira fazer sempre coisas assim: simples, mas que exigem disponibilidade.

Tutú, a tia te ama mais que tudo. Você é meu "impulso". Obrigada por você existir. Obrigada por deixar eu segurar o guidom e por confiar em mim. Conte comigo sempre.

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